Você já ouviu falar da “geração sanduíche”? É como tem sido chamada uma parte da população que vive uma dupla responsabilidade: cuidar dos filhos e ao mesmo tempo dos pais idosos. No Brasil, o número de familiares que se dedicam ao cuidado de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 3,7 milhões em 2016 para 5,1 milhões em 2019. Os dados são da PNAD, que é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios feita pelo IBGE.
Em 83% dos casos, são adultos mais jovens que acompanham, monitoram e cuidam dos mais velhos dentro de casa. E em grande parte, esse cuidado ainda recai sobre as mulheres. Segundo a PNAD de 2022, elas dedicam cerca de 9 horas e meia a mais por semana em comparação aos homens, aos afazeres domésticos ou cuidados de outras pessoas.
O papel tradicional da mulher como responsável pelo lar e pelas relações afetivas não acompanhou na mesma medida sua presença no mercado de trabalho. O resultado: cansaço, sobrecarga e culpa, sintomas de um modelo que precisa ser repensado. A geração sanduíche existe e carrega o peso do cuidado nos dois extremos da vida.