Imagine viver em uma sociedade bem longeva. Você está com 75 anos e precisa cuidar do seu pai que já passou dos 90. Essa é a realidade de milhares de japoneses, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2022, 63% dos cuidadores familiares de idosos no país tinham mais de 60 anos.
Muitos enfrentando doenças próprias como diabetes e hipertensão. Um dos mais antigos jornais do Japão relatou o caso de uma senhora de 78 anos que cuida há uma década da mãe centenária. “Meus joelhos doem, mas não tenho escolha”, desabafou a filha. “O sistema público de cuidados não dá conta da demanda. Mais de 500 mil idosos aguardam vagas em instituições”, segundo a Organização Nacional de Rádio Difusão Pública do Japão.
Enquanto isso, famílias envelhecidas ficam sobrecarregadas de uma responsabilidade que deveria ser coletiva. Especialistas alertam: sem políticas eficientes, essa crise só vai piorar. E a notícia pode ficar mais triste ainda: filhos idosos, cansados, que cuidam de seus pais, tem recorrido à morte do familiar e a sua própria como alternativa para o desgaste e desesperança.
Como vários países estão tendo populações vivendo mais, a hora de pensar sobre esse assunto é agora, e já estamos atrasados.