A dor incomoda, é chata, irrita, trava a gente. Mas e se ela não existisse? Existe uma condição rara chamada insensibilidade congênita à dor. A pessoa se machuca, quebra um osso, queima a mão e não sente nada. Parece super poder, mas é um risco grave.
Essas pessoas vivem em alerta constante, não por dor, mas pela falta dela. A dor, por mais incômoda que seja, é um sinal de alerta. Ela que nos faz tirar o dedo do fogo, parar uma corrida antes do tornozelo torcer, procurar ajuda médica antes que algo piore. Mas nem toda dor é física, a emocional também cumpre esse papel. Quando algo ou alguém nos fere, é a dor que grita. Aqui não.
E nos protege de repetir o erro, de aceitar o inaceitável, de insistir no que adoece. A dor não é nossa inimiga. Ela avisa, ela aponta, ela ensina. O problema não é sentir dor, o problema é ignorá-la, fingir que não aconteceu, seguir como se tudo estivesse bem. Porque no fim, quem não sente se destrói aos poucos, sem nem perceber.