Ontem eu falei aqui sobre uma entrevista que o arquiteto italiano Ugo di Pace deu para Casa Vogue do alto dos seus bem vividos, e ainda muito lúcidos, 98 anos. Falei do comentário dele de que, hoje em dia, ele acha que falta bossa, informação e elegância de verdade na arquitetura de interiores.
Mas tem outra coisa que ele disse que eu acho imprescindível falar sobre. Ele disse que em sete décadas de criação, manteve a sua visão sobre a arquitetura e a sua relação com a obra de arte. Presta atenção: para ele, o centro dos projetos dele sempre foi a obra de arte que não deve ficar somente em vitrines ou museus.
A arte tem que estar perto, no cotidiano, no corredor, na sala de estar. Para esse personalíssimo arquiteto, o objeto da verdadeira arquitetura de interiores é a obra de arte. E ele vai além, ele disse: “Se pudesse, eu prescindiria dos móveis e teria apenas obras de arte (eu também eu acho), mas os móveis são necessários. Então o que eu faço é transformar esses objetos em arte”.
E aí, anotou? Também acho e já falei antes aqui, uma casa pode ser linda, ter um mobiliário incrível, mas se não tiver obra de arte ocupando espaço, sinceramente, não adianta gastar rios de dinheiro e não ter a emoção que a arte proporciona por perto. Fica assim, chocho, sem graça. Desculpa, mas falei.