Secretário Municipal de Saúde disse que uma folga nas taxas de ocupação de leitos permitiu que a medida fosse tomada
A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (5) que a cidade irá passar à segunda fase de reabertura gradual do comércio na próxima semana.
Poderão reabrir a partir de segunda-feira (8):
– Artigos usados
– Artigos esportivos, camping e afins
– Calçados
– Artigos de viagem
– Artigos de joalheria
– Souvenirs, bijouterias e artesanatos
– Plantas, flores e artigos para animais (exceto comércio de animais vivos)
– Bebidas (sem consumo no local)
– Instrumentos musicais e acessórios
– Objetos de arte e decoração
– Tabacaria, Armamentos, Lubrificantes
Horários:
Comércio varejista – de 11h às 19h, durante os dias úteis.
Nos sábados, domingos e feriados, poderão funcionar a partir de 9h. Lojas da primeira fase já poderão funcionar a partir das 9h deste sábado (6).
Comércio atacadista – de 5h às 17h.
Impacto “pequeno” da primeira fase:
De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado, a primeira etapa de reabertura em Belo Horizionte implicou em um aumento médio de circulação de 7%. Um “impacto pequeno”, segundo ele.
Empregos ativos
O secretário disse ainda que, com essa segunda etapa de reabertura, 92% dos empregos estarão ativos em Belo Horizonte.
‘Decidimos correr o risco’
Apesar da decisão, Machado disse que o comitê ainda tem receios sobre a reabertura, mas uma folga nos números permitiu que a medida fosse tomada. “Estamos com medo da explosão de casos. Estamos com medo. Como temos uma folga na ocupação dos leitos e a velocidade de transmissão teve uma pequena queda, nós decidimos correr o risco”, explicou.
Indicadores atuais
A velocidade de transmissão do vírus está em 1.07 nesta semana. Na semana passada, este número estava em 1.24.
Segundo Machado, a ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em BH está em 74%. Ele revelou que há possibilidade de expansão desses leitos em breve. Se esses novos leitos já estivessem ativos, a taxa de ocupação passaria para 40%.
O que não abriu?
Entre os segmentos que não tiveram reabertura anunciada, se destacam bares, restaurantes, clubes sociais, galerias, escolas, boates, eventos em geral, teatros e museus. Segundo o secretário Jackson Machado, não foram contempladas “todas as atividade com alta possibilidade de aglomerações e contágios”.
“Se pudesse, abriria tudo, mas não é possível neste momento. A gente vai começar a ouvir as escolas, clubes, shoppings, ver os protocolos de abertura e ver a possibilidade para liberar com segurança e responsabilidade para não ter impacto na ocupação de leitos na cidade”, revelou.
Bares e restaurantes
Questionado novamente sobre uma possível data para a reabertura de bares e restaurantes, Jackson Machado reforçou que não há previsão. “Qualquer data que eu falar posso estar mentido para você. Os cálculos já deram várias datas para o pico. Não queremos especular e criar falsas expectativas”, disse.
Nesta semana, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) acionou a Justiça pedindo explicações sobre os critérios que a PBH adota para não reabrir os estabelecimentos do setor.
Epidemia em evolução
O infectologista Carlos Starling lembrou que a epidemia em aceleração no Brasil. “A mesma coisa no interior de Minas. O que está sendo feito aqui é pq teve um planejamento anterior e tendo coerência por isso. Há um planejamento por trás de tudo isso”, destacou
“É importante que as pesoas usem máscaras, higienize as mãos com água sabão e álcool em gel. Provavelmente vamos passar alguns anos com esses cuidados”, reforçou o doutor Jackson Machado.
Moradores de rua
Segundo o secretário, o controle junto à população em situação de rua está sendo intensificado. “A partir de semana que vem vamos testar todos os moradores de rua sintomáticos. Assim como todos os moradores de LPIs que tenham problemas respiratórios”. Segundo ele, as pessoas em situação de rua que apresentam sintomas estão sendo abrigados no Sesc Venda Nova.
BH tem um programa próprio
Segundo Jackson Machado, Belo Horizonte tem um programa próprio de reabertura. “O Minas consciente é um programa que se adequa a várias cidades, mas não a Belo Horizonte, pelo tamanho que tem. Merece um plano próprio”, disse.