Sobre o mercado de bebidas prontas, as “ready To drink”, chamadas também de RTDs, que avançam sobre outras modalidades de bebidas alcoólicas, não dá para falar nele sem dar o crédito aos pioneiros.
Justiça seja feita, com pelo menos 40 anos de dianteira, o Keep Cooler foi a primeira bebida nessa categoria que o brasileiro conheceu.
Vinho de mesa, misturado a suco de uva, saborizado com a essência de outras frutas e gaseificado. É literalmente o mais puro suco dos anos 1980, porque foi naquela década que esse spritz, como é chamado agora, foi lançado pela vinícola Aurora no Brasil.
Décadas depois, já nos primeiros anos deste milênio, chegaram as ices, vodcas saborizadas, vendidas em garrafinhas long neck que faziam o sucesso nas baladas.
Quem primeiro trouxe as ices para o nosso mercado, foi a marca Smirnoff, que pertence ao portfólio da onipresente Diageo.
Pois não é que agora, já que tantas bebidas prontas artesanais surgiram e dividem o mercado das RTDs, as marcas pioneiras tentam correr atrás de reconhecimento do seu vanguardismo e recuperar o mercado que elas próprias abandonaram.
A Keep Cooler, por exemplo, fez um manifesto em seu site, chamando para si a tarefa de ser uma bebida versátil que combina com qualquer ambiente ou tribo, as cores vibrantes do site, mais a hashtag “para qualquer rolê”, além de novos sabores para bebida, são as estratégias de aproximação da marca “old school” com a Geração Z.
A Smirnoff Ice, por sua vez, contratou nada menos que Pabllo Vittar como sua parceira para anunciar os novos sabores Tropical, de frutas doces cítricas amarelas, e Maçã Verde, na estratégia de reativação da marca com o slogan “Smirnoff é Ice. Ice é Smirnoff”. A proximidade do Carnaval não é simples coincidência.
As marcas querem se apropriar estrategicamente de momentos chave, como é o Carnaval, para o consumo das bebidas prontas. As projeções de crescimento do segmento das RTDs é de alcançar até 2030 a marca de 85,5 bilhões de dólares em vendas.