São vários os exemplos de arquitetura art déco em Belo Horizonte. Por sinal, BH é uma das cidades brasileiras com a maior presença de edifícios nesse estilo. Só para citar alguns clássicos dessa época, temos o Cine Theatro Brasil, projetado em 1930, a sede da prefeitura, na Avenida Afonso Pena, e o prédio do Minas Tênis Clube, na rua da Bahia.
Mas, você sabia que existe uma BH déco em construções, a maioria não tombadas? Para proteger essa cultura material gráfica e ornamental, que foi integrada à nossa arquitetura, a artista gráfica e professora associada na escola de Belas Artes da UFMG, Fernanda Goulart lançou um livro com esse nome: BH Déco.
Nele, Fernanda faz uma síntese de como essas casas são importantes para entender a nossa história. A maior parte delas são casas mais populares, onde predomina na fachada um conjunto de linhas horizontais que se alternam com as verticais, criando composições dinâmicas associadas a losangos, círculos, triângulos, e ziguezagues.
Essas casas são testemunhas vivas de uma fascinante e sutil identidade popular. São apropriações concebidas por pessoas quase sempre anônimas, os chamados práticos mestres de obras.
Uma simplicidade absolutamente inventiva que a pesquisa da Fernanda nos convida a conhecer. Por sinal, está aí um exercício legal que ela fez muito: caminhar pelos bairros da cidade identificando essas características nas casas.