O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, autor de diversos livros, dentre eles “A Sociedade do Cansaço”, lançou recentemente a obra “Sociedade Paliativa”, em que fala da importância da dor, sem romantizá-la, mas explicando como estamos nos acostumando a nos dopar para fugir da realidade. Vivemos anestesiados para que a dor não tenha espaço.
Byung-Chul Han traz o conceito de algofobia, que é uma angústia generalizada diante da dor, fazendo com que a toleremos menos. Confrontações dolorosas e necessárias têm sido evitadas. Isso não quer dizer que o problema esteja solucionado, mas que, ao escondê-lo ou ao nos escondermos, tentamos dissuadir, enganar ou adiar tudo o que nos faça mal.
O filósofo ainda fala desta nossa busca por produtividade e desempenho. Ele afirma que a sociedade paliativa coincide com a sociedade do desempenho. A dor é vista como um sinal de fraqueza; ela é algo que deve ser ocultado ou eliminado por meio da otimização. Ela não é compatível com o desempenho. A passividade do sofrer não tem lugar na sociedade ativa dominada pelo poder.