Ele estava naquela instituição de longa permanência para idosos há muito tempo. Já tinha perdido o vínculo com os familiares, que foram buscados pela assistente social da casa e não foram encontrados.
Ele, alegre, recebia os voluntários com muita euforia e tratava todos como os próprios filhos.
Um dia um atleta mineiro Tiago Vinhal me falou que queria fazer uma campanha para arrecadar tênis de corrida usados, mas em excelentes condições, que seus amigos, corredores profissionais ou seus alunos não usavam mais.
Ele queria distribuir o que fosse arrecadado para idosos institucionalizados. Então, fomos a uma casa onde só vivem homens e foi uma festa! Uma emissora de TV, sabendo que aquele atleta faria aquilo, foi filmar e registrou tudo.
Na mesma semana em que aquela matéria foi ao ar, um contato foi feito com a gente. Um sobrinho daquele homem tinha visto a matéria. O reconheceu e queria o contato da instituição.
No final das contas, eles se reencontraram, e depois de aprovado pela instituição, aquele senhor passou a frequentar a casa do sobrinho. E a conviver com o “novo” parente que o viu pela TV sorrindo em receber um tênis de corrida de atletas que não o conheciam.
Mesmo assim deram para ele um presente maior do que imaginavam. Não é mesmo?