Ontem eu falei na coluna sobre a origem do gin como bebida medicinal. Então, me vieram à cabeça os momentos oscilantes entre glória e ostracismo dessa bebida criada na Holanda, nos primeiros anos do século XVII.
O gin teve o primeiro pico de popularidade na Inglaterra do século XVIII, porque era uma bebida barata que logo foi adotada pela classe trabalhadora. Após a origem do gin, as cervejas na Inglaterra sofreram reformulações que lhes dessem condições de competir no mercado com a nova preferência do público.
Contudo, com um teor alcoólico altíssimo, o gin acabou gerando problemas sociais graves, alcoolismo, desemprego, pobreza e criminalidade.
No século XIX, quando nos Estados Unidos a fabricação, venda e consumo de bebidas alcoólicas foram proibidos, período que a gente conhece como The Prohibition, a produção clandestina de gin tornou-se uma febre, com sua venda atrelada aos bares secretos, os speakeasies, operados por gunsters.
Novamente a bebida foi combustível para convulsões sociais graves, caindo em desuso. A terceira onda de popularidade veio no final do século XX, quando o gin passou a ser usado nos coquetéis e drinks.
A partir daí surgiram várias destilarias dedicadas à sua produção, buscando novos botânicos que lhes dessem perfis diferenciados.
O gin no Brasil
No Brasil, até a pandemia, o gin era considerado o último degrau para se afundar no alcoolismo, uma bebida voltada para velhos. Até que os drinks mistos vendidos prontos começaram a ganhar força, trazendo-o de volta à cena.
Virou modinha! E como tal, já está sendo substituído por outras modas.