“Triângulo da Tristeza” é o filme indicado ao Oscar que tem a crítica social como ponto principal.
O longa apresenta um grupo de pessoas muito ricas em um navio de luxo. Todos desfrutam das regalias da viagem sem se importar com ninguém, além deles. E mais: todos ainda colocam os funcionários do navio em situações desconfortáveis simplesmente porque acham que estão certos (e acreditam estar sendo generosos).
O diretor Rúben Oustlund, que dirigiu filmes como “Força Maior”, “Play” e “Involuntário”, tem a sátira como característica principal em seus longas. Isso fica evidente nos personagens caricatos e vazios de Triângulo da Tristeza. O ápice do filme é como o diretor escancara as atitudes baixas que os milionários têm com as pessoas que eles julgam serem inferiores.
Mas o melhor mesmo é ver a classe emergente (que na história é representada por uma personagem) assumindo esse lugar de superioridade e lidando com dilemas morais quando assume esse posto. O diretor soube costurar toda essa crítica social com humor, situações comuns do dia a dia e diálogos simples (porém fortes). No primeiro momento o espectador pode ficar um pouco confuso com a história, mas quando acaba, incômodo e dúvidas aparecem. E são eles que fazem a gente refletir e entender a profundidade do longa.