Peguei carona com um casal de amigos de infância. No caminho falei sobre algumas questões de saúde que tem me acometido e outras que eu nem tenho ainda, mas me preocupam.
Meu amigo comentou que sua memória não é mais a mesma, que a concentração piorou.
Foi quando nossa amiga, sua esposa, contou que descobriu uma doença autoimune. Tem se tratado com consultas quase diárias, enfrenta dores insuportáveis, controladas pela medicação.
Medicação que ela não quer ficar dependente, mas que por hora não se imagina sem ela. Rimos porque o encontro de amigos de infância acabou girando em torno dos nossos adoecimentos.
Apesar da correria de todos, nós continuamos conectados, conversamos com frequência e sabemos que temos uns aos outros. Para rir, para lamentar ou para dividir as histórias sobre dores.
Quando meu pai morreu, foram eles os primeiros a chegar para me confortar.
E penso que isso pode exemplificar algo muito falado hoje, nossa saúde social. A amizade não cura, mas ajuda a atravessar.
E quando Tom Jobim diz: “Fundamental é mesmo amor, é impossível ser feliz sozinho”. Talvez fosse disso também que ele estivesse falando.