A verdade, inclusive no futebol, repleto de nuances, amigo fiel do imponderável, em muitos sentidos e casos, costumeiramente foge de proposições peremptórias e taxativas. Entre o preto e o branco, escapando a ânsia por respostas fáceis, a realidade usualmente transita entre alguns dos milhões de tons de cinza possíveis.
O ano do Galo foi peculiar: por um lado, não dá para ser imediatista, oportunista, resultadista e rasteiro, desprezando o fato de que o alvinegro de Minas disputou todos os jogos possíveis da temporada, chegando nas duas principais decisões de 2024; por outro, impossível tapar o Sol com a peneira e cegar-se para não notar que, pela forma com a qual o Atlético fora a derrubado em ambas as finalíssimas citadas, há coisas pesadas a se criticar.
Os reveses contra o Flamengo mostraram-se categóricos – as atuações diante do rubro-negro, num cômputo geral, palpérrimas.
Já no último sábado (30), frente ao Botafogo, que era favorito para o duelo, diga-se, uma sensação, em determinada acepção, dúbia. A derrota em algum grau seria normal. Passar o pano para um primeiro tempo pífio, mesmo com um a mais desde o início da peleja, porém, não dá. A verdade é: coletivamente, o escrete de Milito esbanjou pouca regularidade ao longo desses últimos meses. O trabalho do treinador, no todo, deixa a desejar.