Outro dia eu entrei em uma conversa de um casal que queria comprar um sofá e estava assustado com preço de suas pesquisas. Na hora eu perguntei, “mas vocês já cogitaram a ideia de comprar um sofá usado?”. Pois é.
Impulsionado pela Geração Z, que prefere ter acesso às coisas do que a posse delas, o mercado de usados começa a crescer significativamente no mundo inteiro. E o mercado de móveis usados vai nessa toada.
Além de dar o reuso a produtos que iriam para o lixo, ajuda na diminuição do índice de CO2 liberados pelas fábricas. Fabricar e despachar uma única peça de mobiliário emite cerca de 90 quilos de CO2, o equivalente a voar em um Boeing 747 por uma hora.
É só lembrar que foi o setor de vestuário que mostrou o caminho para os players de artigos de decoração e móveis no Brasil. O maior exemplo é o site Enjoei, que começou como um blog de revenda de usados e cresceu 55% no quarto trimestre de 2021, atingindo um volume de vendas de R$ 826 milhões nesse mesmo ano.
O site Enjoei é hoje a empresa pioneira quando falamos de vendas de usados, mesmo que o foco seja amplo, abrigando de roupas a eletrodomésticos.
É bom lembrar que todos esses móveis de segunda mão precisam ser reconhecidos como à parte do mercado de móveis vintage, antigos e colecionáveis. Estes móveis usados são de fabricantes e varejistas convencionais voltados para compradores que podem não ter condições de comprar novos ou talvez queiram apenas reutilizar produtos que poderiam acabar em aterros sanitários.
É um setor que tem muitos desafios, mas, pode anotar: é apenas uma questão de tempo para que o mercado de usados ultrapasse o mercado de móveis novos e alavanque ideias e soluções nesse ramo mundo afora.