Estes dias eu estive com um grupo homens e mulheres aposentados e resolvi tirar algumas dúvidas, numa conversa descontraída. Minha curiosidade era entender como as relações de trabalho, desenvolvidas ao longo do tempo, impactavam o envelhecimento de cada um ali. As mulheres do grupo nunca ocuparam posição de poder na esfera trabalhista, a maioria sempre foi dona de casa. Elas falam muito sobre este trabalho, mas sempre lembrando que agora que os filhos estão criados, que elas podem fazer suas viagens, os cursos, encontros e que dedicam muito tempo aos netos e bisnetos.
Já os homens se lamentam demais, de uma vida de trabalho em que a concorrência, a convivência com pessoas que ostentavam um pequeno e falso poder, adoeciam toda uma relação. Uma pessoa com pequeno e falso poder muitas vezes é arrogante e soberba, porque ela tenta esconder sua miséria. Isso acaba afetando a saúde emocional de quem a cerca.
Os relatos dos homens são que o ambiente de trabalho hostil deixou ansiedades, desesperanças e até um pouco de revolta, pelas injustiças e perseguições sofridas.
Saí dali pensando como que as diversas áreas do nosso convívio social são tão importantes para que a gente tenha qualidade de vida e, inclusive, um envelhecimento mais saudável. Um trabalho que não gere prazer, em que o ambiente é de fofoca, desconfiança, insegurança, suga a energia das pessoas, fazendo com que sejam afetadas as saúdes emocional, mental e social.