O sorriso não deixava nenhum dente aparente, mas era um sorriso farto. Aquela mulher não escondia alegria pela vida e sempre falava daquela casa onde hoje se encontra com muito carinho.
Foi dada pelos pais para uma família que não a criou como filha, mas como uma empregada, sob o disfarce da pessoa da família. Cresceu ali até que um dia, um parente próximo da família a abusou, e ela é quem foi acusada.
Acoada saiu dali e foi para a rua, não tinha mais ninguém na vida e pensou muito em voltar e pedir desculpas àquele povo que a expulsou, mas pediria desculpas por algo que não fez, apenas para ter um lugar onde comer e dormir.
Na rua, viveu experiências diversas, inclusive o álcool e outras drogas, que ajudavam a lidar com os dias sombrios que nasciam dentro de si.
Um dia embriagada, roubaram o nada que ela tinha, bateram, deixando-a em situação de penúria. Ela perdeu quase tudo, mas se manteve viva.
Foi levada a uma casa de idosos e lá vive até hoje. Sorri! Perguntei se ela era feliz e a resposta foi primorosa: “Sou grata, o que me faz feliz”!
Saí daquela visita pensando em mundos que a gente nem acredita que existam, na mente e no coração de tanta gente. Eu sou o Tio Flávio, para me encontrar vai no Instagram @tioflavio.