Apesar da derrota por 35 pontos de diferença, não dá para dizer exatamente que a seleção brasileira de basquete fez feio diante do Dream Team ontem. Nossos representantes não se mostraram nervosos, executaram algumas jogadas bonitas. E a discrepância no placar materializou-se quase que organicamente dada a disparidade técnica dos dois esquadrões.
Muito mais por méritos dos nossos implacáveis, quase perfeitos adversários do que por uma limitação gritante daqueles que envergaram a camisa da bandeira amarela.
Sobre o conjunto de estrelas americano, podemos ver vívidas, na prática, algumas das principais características que predominam hoje na NBA, e não se mostravam realidade, por exemplo, na era do time dos sonhos original, comandado por Michael Jordan, Larry Bird e Magic Johnson.
Joel Embiid e Anthony Davis, dois pivôs de altíssima estatura, portes físicos para lá de avantajados, escancararam o modelo dos atletas de suas posições contemporâneos.
A despeito dos respectivos corpanzis, não se limitavam a ficar debaixo da cesta, saindo com frequência para arremessar de média e longa distâncias.
Outra tendência da Liga de Basquete do Planeta, que se confirma na máquina do Tio Sam, é a de recorrer numa quantidade muito maior que a de outrora, aos chutes de três pontos. Esteticamente e em termos de emoção, essa faceta denota uma involução.
Se pensarmos que o Golden State Warriors, dos últimos dez anos, comandado por Steve Kerr, foi um dos maiores responsáveis pela última transformação mencionada, torna-se ainda mais natural que o Scratch de LeBron de James adote essa postura.