06/06/2024
Redação: Reprodução
Imagem: Flavio Colker/Divulgação
A atriz Zezé Polessa desembarca em Belo Horizonte para o espetáculo “Nara” nesta quinta (5) e sexta-feira (7), a partir das 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Os ingressos podem ser adquiridos no site Eventim. Escrito e dirigido por Miguel Falabella, ‘Nara’ traz de volta a cantora, que chega do passado – ou do futuro – para dividir com a plateia as suas lembranças e reflexões, além de reviver seus muitos sucessos radiofônicos, como ‘A Banda’, ‘Diz que fui por aí’, ‘Corcovado’ e ‘Marcha da Quarta-Feira de Cinzas’.
Ao longo de toda a sua trajetória, Nara Leão (1942-1989) assumiu um compromisso intenso com a liberdade e se eternizou como uma das grandes personalidades brasileiras do século passado. Zezé Polessa revive agora o mito desta mulher pioneira, que marcou época, quebrou tabus, lançou modas e esteve no centro de movimentos como a Bossa Nova, o Tropicalismo, os grandes festivais, o resgate do samba e as canções de protesto.
Quando resolveu parar de cantar bossa nova e foi em busca de sonoridades outras, subindo o morro e buscando raízes mais profundas da nossa música popular, a cantora. Sua carreira e trajetória de vida acabam por nos conduzir a dois substantivos que parecem pertencer a seu legado: substância e estilo. E são eles que vão nortear nosso espetáculo, uma homenagem a esta cantora originalíssima, de extremo bom gosto e fraseado e, acima de tudo, uma mulher do seu tempo. Porque Nara Leão foi uma das mais contundentes vozes a favor das liberdades individuais e direitos civis numa das mais violentas e opressivas eras da nossa recente história. Não foi por acaso que um de seus grandes sucessos tenha sido o show Opinião, já um clássico do gênero, onde além do resgate musical, Nara dizia textos de Armando Costa, Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho, defendendo a liberdade de pensamento. Essa voz instigante e atuante Nara trouxe na bagagem até o fim de seus dias, sempre curiosa, sempre em busca de caminhos que talvez nem ela mesma soubesse quais eram, mas que sempre se provavam consistentes e originais.