Um filme para ser indicado ao Oscar não precisa de efeitos visuais grandiosos, uma edição de áudio estrondosa ou um figurino colorido e chamativo: “Entre Mulheres” está ai para nos provar isso. A produção vai ao oposto: a maior parte da história se passa em um único local, sem muita luz e apenas conversas.
As cores dos figurinos são mais densas e não há explosões ou algum acontecimento que precise de efeitos cinematográficos. O filme é apenas baseado em diálogos (e que diálogos!).
Dirigido por Sarah Polley, “Entre Mulheres” é baseado no livro homônimo da autora canadense Miriam Toews. A obra conta a história de um grupo de mulheres de uma comunidade religiosa que luta para conciliar sua fé com a realidade: abusos sofridos por elas e por suas filhas pelos homens do local.
Tudo no filme é grandioso: as personagens, suas causas e as discordâncias entre si. Coragem, medo, dor, alegria, ódio, perdão, fé e amor. Tudo isso é retratado de forma intensa e real. São narrativas com perspectivas diferentes, mas que no final, estão todas lutando por uma única causa.
E quando eu falo todas, eu falo todas mesmo. Inclusive quem está assistindo ao filme. Mulheres, é claro e os homens.